Turma 81-82
História – Prof. Jerri Almeida
O trabalho durante a Revolução Industrial,
e a situação dos trabalhadores
As máquinas
inglesas definiram novas relações do trabalho. O operário inglês, desprovido
dos meios de produção, via-se obrigando a vender a única coisa que possuía para
poder sobreviver: sua força de trabalho.
Sendo assim, a “mão de obra” virá uma mercadoria como qualquer outra,
pois passa a ser vendida (pelo proletário) e comprada (pelo capitalista), sendo
regulada pelas leis do mercado, da oferta e da procura.
O capitalista,
dono dos meios de produção, aumentava, cada vez mais o tempo de trabalho em sua
fábrica, para fazer com que o operário pudesse render o máximo de sua força
produtiva. O trabalho nas fábricas inglesas não poupava nem mesmo as crianças
que, a partir dos 7 anos de idade já eram admitidas como um operário qualquer. Havia
casos de crianças recrutadas – nos orfanatos – pelos donos de fábricas para
cumprir uma jornada de trabalho que se estendia entre as 5 horas da manhã às 8
horas da noite. As taxas de mortalidade infantil, segundo pesquisa médica
realizada em 1861, eram extremamente altas, devendo-se, sobretudo, ao fato das
mães trabalharem fora de casa e não poderem dar a seus filhos os devidos
cuidados, pois passavam grande parte de seu tempo, as vezes até 17 horas
diárias, trabalhando nas fábricas.
Mary Anne
Walkey era uma costureira de 20 anos, empregada em uma manufatura têxtil de
Londres. Essa jovem trabalhava em média 16 horas e 1/2 dia, às vezes chegava
até 30 horas consecutivas durante a temporada dos grandes bailes da nobreza,
onde naturalmente o número de encomendas de vestidos aumentava em muito. Essa
jovem costureira viu-se submetida, assim como outras 60 jovens, a uma jornada
de 26 horas de trabalho quase ininterrupto, num ambiente com pouca ventilação.
Adoeceu na sexta-feira e terminou falecendo no domingo. O médico que atendeu
essa jovem declarou, posteriormente, que: “Mary Anne morreu por ter trabalhado
muito tempo numa oficina cheia de operários e por ter dormido num quarto muito
estreito, insuficientemente arejado.”
Matar de
trabalho era a ordem do dia, no cotidiano das oficinas, fábricas e manufaturas.
Era um período difícil para o trabalhador, pois não havia leis trabalhistas que
defendessem seus direitos. Não havia, ainda, um “salário mínimo” e, nem mesmo,
leis que regulassem a jornada de trabalho. Muitas mulheres e crianças
trabalhavam em minas de carvão, puxando vagões por longos túneis, num trabalho
de grande sofrimento. Veja a figura abaixo.
A caminhada pelas
conquistas trabalhistas foi bastante lenta. Em 1800, a “Lei das
Associações” proibia, na Inglaterra, as reuniões dos trabalhadores, pois os
capitalistas temiam que a organização do movimento operário pudesse conquistar
mais direitos para os trabalhadores. Quando essa lei foi derrotada, em 1824, o
movimento dos trabalhadores passou a criar mais força.
Em 1886, na
cidade de Chicago, nos Estados Unidos, a polícia foi chamada para reprimir
duramente uma manifestação de trabalhadores. Era um movimento pacífico que
pretendia reivindicar melhores condições de serviço e a diminuição da jornada
de trabalho para oito horas por dia. No confronto, dezenas de manifestantes
terminaram feridos. Quatro dias depois, os trabalhadores voltaram às ruas e a
polícia, novamente interviu, prendendo vários operários e os principais líderes
do movimento. A justiça americana julgou e condenou à morte cinco homens
acusados pela ousadia de dirigir a luta dos trabalhadores por dignidade. O
movimento de trabalhadores de todo o mundo pressionou o governo americano para
anular aquela sentença. Mas foi em vão.
Os cinco
trabalhadores de Chicago, líderes do movimento que no dia 1º de maio de 1886,
protestava pela diminuição da jornada de trabalho, escreveram – com os seus
sacrifícios – uma página da luta de classes. Louis Lingg, Adolph Fisher, Albert
Parsons, Hessois Spies e George Engel foram enforcados em 1888. Um ano depois,
em 1889, o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o dia
1º de maio como uma data símbolo da luta trabalhista. Por isso, o dia 1º. de
maio é feriado. É o dia internacional do trabalho.
ATIVIDADE
1) Compare a condição de vida dos trabalhadores ingleses, nas primeiras fábricas, com atualmente. Mudou algo? Explique.
2) Elabore, em seu caderno, um desenho imaginando o trabalho e as condições de vida dos operários ingleses. Pinte. Coloque um título.
3) Explique o motivo pelo qual foi criado o "dia do trabalho".
4) Quem era Mary Anne
Walkey? Onde ela trabalhava? O que aconteceu com ela? Faça um comentário pessoal, seu, sobre esse fato.