sexta-feira, 3 de abril de 2020

ARTE – PROFESSORA SILVANA

ATIVIDADES PARA O PERÍODO DE 06/4 A 10/4/2020

9º Anos

Olá alunos!

Essa semana, vamos dar continuidade ao tema “Linguagens visuais”. Na semana anterior, falamos sobre a linguagem do cinema. Nesta semana, veremos um pouco da linguagem do teatro. Porém, iremos nos concentrar numa especificidade desse tema, que é o personagem.

Para tanto, faremos uma leitura dos textos abaixo:

TEATRO

ATOR: Pessoa que imita expressa e identifica uma personagem que representa numa peça teatral

PERSONAGEM: Papel interpretado pelo ator. O ator não é a personagem, mas representa-a para o espectador, assumindo a personalidade, os traços psicológicos e morais da pessoa criada pela imaginação do dramaturgo.

ATO: Divisão externa da peça teatral em partes sensivelmente iguais, relativas ao tempo e ao desenvolvimento da ação.

CENA: Divisão do ato da peça teatral, momento de uma peça, conjunto de ações sucessivas em torno de um tema. Um ato possui várias cenas. A aparição ou desaparição de um personagem marca o princípio ou o final de uma cena. Mudanças na iluminação ou no cenário, também.

CENÁRIO: Conjunto de elementos organizados no espaço cênico, representando o lugar, ou lugares onde acontecem as ações dramáticas interpretadas pelo ator que representa uma peça.

ESPAÇO CÊNICO: Espaço perceptível pelo público e que consiste em cada uma das unidades de ação de uma peça. Lugar onde as personagens se movimentam: palco, estrado, tablado, etc.

FIGURINO: Conjunto de vestimentas e seus acessórios, usados pelos atores em cena.

ROTEIRO: Plano de sequência de uma peça em que descrevem uma montagem cênica ou improvisação, incluindo todos os aspectos da linguagem teatral: texto, ação, cena, sonoplastia, cenografia.

FIGURINO: Depende de analisar exaustivamente a personagem:

  1. Idade
  2. Grau de parentesco com as outras personagens
  3. Situação econômica
  4. Traços psicológicos (covarde, alegre, orgulhosos, prepotente, carinhosos...). O figurino realça essas características.


Talvez, após a leitura desse texto, você já tenha percebido que existem muitas semelhanças entre teatro e cinema. A maior diferença entre essas linguagens é que, enquanto uma se passa ao vivo, a outra é gravada, fazendo com que se possa trabalhar em quadros, ou seja, em pequenas partes, uma de cada vez.

 No teatro, o espetáculo começa, se desenvolve e termina, sem uma única interrupção.

Nos musicais de final de ano, apresentados na nossa escola, as figuras mais cativantes costumam ser os apresentadores.

Esses apresentadores são personagens, fictícios, criados para fazerem aquelas cenas que vocês assistem. Os atores trabalham muito na criação deles antes de “incorporá-los” de fato, ou seja, vivencia-los de uma forma tal, que as características dos personagens não tenham nada a ver com as características dos atores que os representam.

O texto abaixo, refere-se à criação dos personagens.

CRIAÇÃO DE UM PERSONAGEM

Qual a diferença entre características, personalidade e identidade?
Características
Características são atributos físicos externos, observáveis, superficiais. Alto, baixo, gordo, magro, loiro, moreno, bonito, feio, formal, informal, criança, adulto, bem vestido, malvestido etc. Ao compartilhar as características físicas de um personagem em uma história, ajudamos os leitores a criar uma imagem dele em suas mentes.

Personalidade
Personalidade é nosso corpo social, são as qualidades e defeitos que outras pessoas associam a nós, baseadas na forma como elas interpretam nossas falas e comportamentos. Proativo, metido, flexível, manipulador, simpático, interesseiro, humilde, esnobe, confiante, inseguro etc.
Desenvolvemos nossa personalidade com base nas interações que tivemos com outras pessoas e nas experiências concretas que vivenciamos. Ou seja, nossa personalidade define a forma como respondemos às demandas do mundo externo.

Identidade
Identidade é a imagem que temos de nós mesmos, são as qualidades e defeitos que associamos a nossa personalidade, os rótulos que usamos para descrever quem somos (e quem não somos), as referências que consideramos relevantes para julgar nosso valor como pessoas. É através das nossas múltiplas identidades que criamos um senso de pertencimento a certos grupos sociais e, simultaneamente, um senso de distinção que, acreditamos, nos torna seres humanos individuais, únicos e especiais. Introvertido, extrovertido, atraente, inteligente, burro, paciente, irritadiço, criativo, exibido, médica, professora, publicitário, faxineiro, astronauta, escritora etc. Desenvolvemos nossa identidade a partir dos tipos de validação e repreensão que recebemos ao longo dos anos, e do significado que damos para nossas memórias e experiências passadas, dentro do contexto de nossa vida presente e nossos desejos para o futuro.
Nossas memórias são os pilares da nossa identidade. O que nos lembramos do nosso passado é o que nos dá um senso de constância e continuidade que nos permite construir uma narrativa coerente de quem fomos, somos e desejamos ser. Mas além de registrar eventos passados, outra função importante e reveladora das nossas memórias é servir como referencial para nos ajudar a prever eventos futuros. Isso significa que a forma como lembramos, interpretamos e compartilhamos um evento está totalmente relacionada à imagem que temos de nós mesmos no momento de vida em que nos encontramos no presente. Não vemos o mundo como ele é, mas sim como nós somos. Em outras palavras, nossa identidade define a forma como respondemos às demandas do nosso mundo interno. Subjetivamente, existimos no mundo e criamos nossa realidade através dos nossos pensamentos e emoções recorrentes. Ao revelarmos a identidade de um personagem em uma história, indicamos para os leitores o tipo de pessoa que ele deseja ser.
Vamos usar como exemplo o início do livro “Extraordinário”. Veja como a escritora R.J. Palacio escolheu nos apresentar o personagem August nas primeiras linhas do texto.
“Sei que não sou um garoto de dez anos comum. Quer dizer, é claro que faço coisas comuns. Tomo sorvete. Ando de bicicleta. Jogo bola. Tenho um Xbox. Essas coisas me fazem ser comum. Por dentro. Mas sei que crianças comuns não fazem outras crianças comuns saírem correndo e gritando no parquinho. Sei que os outros não ficam encarando as crianças comuns aonde quer que elas vão.
Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pudesse fazer um desejo, pediria para ter um rosto comum, em que ninguém prestasse atenção. Pediria para poder andar na rua sem que as pessoas me vissem e depois fingissem olhar para o outro lado. Sabe o que eu acho? A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.
Mas agora meio que já me acostumei com minha aparência. Sei fingir que não vejo as caretas que as pessoas fazem.”
Nessas poucas linhas, a escritora nos dá pistas sobre as características físicas do personagem (um menino de 10 anos com um rosto incomum), sua personalidade (ele aparenta ser um garoto calmo, que decidiu se acostumar aos olhares assustados de outras pessoas ao invés de reagir agressivamente) e sua identidade (ele se acha um garoto comum e gostaria que seu rosto fosse diferente do que é).
Dar uma ideia sobre as características físicas e a personalidade do personagem é importante para criar um senso de veracidade na história, mas é através das pistas que a escritora nos dá sobre a identidade de August que o texto cria um senso de proximidade com o personagem, já que essas informações nos dão acesso ao que ele tem de mais íntimo e particular: o DNA do seu ego.

Como decidir que características sobre o personagem você deve incluir?
É fundamental, para vivenciarmos um personagem, que estudemos, incansavelmente, as características, a personalidade e a identidade deste personagem. Para isso, a leitura do roteiro (ou livro), é fundamental.
Algumas dicas:
Qual a sua aparência física? Sua postura? A cor de camisa que ele usa? O jeito como ele arruma o cabelo?
Priorize compartilhar somente o que seu personagem tem de mais fascinante, surpreendente, único, excitante, estranho e peculiar. Essas são as qualidades das pessoas de verdade que as tornam inesquecíveis e fazem a gente sentir curiosidade para saber mais sobre elas.

Muito bem. Agora que já sabemos como criar um personagem, vamos a atividade dessa semana:

Caso não tenha realizado a aula de Português da Profe Carol essa semana, volte lá e, depois, retorne aqui. A aula dela é fundamental para realizarmos essa atividade.

Para a proposta da atividade de português, de contar a história através de um personagem, você deverá estudar as características, personalidade e identidade desse personagem e interpretá-lo, enquanto conta essa história.

Exemplo:

Meu personagem, pelo que li, é um senhor de 80 anos, bigodudo, usa roupas rasgadas e sujas, manca de uma perna, tem a fala rouca, é mau humorado, inteligente, estudou pouco por falta de opção, etc...
Vou passar um talco no cabelo para parecer mais velho, pintar um bigode, usar roupas velhas, falar de pé, caminhando um pouco as vezes, para mostrar que manco de uma perna, falar com a voz grossa e rouca, manter a testa franzida para demonstrar o mau humor, as vezes podendo xingar um cão ou gato fictício para demonstrar esse mau humor, falar algumas palavras “erradas” demonstrando que tive pouco estudo, mas falando coisas coerentes, para demonstrar minha inteligência.

 No que diz respeito ao cenário, você pode criar um (pintado ou físico) ou simplesmente usar um cenário neutro (tipo, uma parede lisa ao fundo). Apenas cuide para não deixar aparecer como cenário, por exemplo, uma cozinha muito moderna quando a história se passa no século passado ou retrasado.

Para a entrega do trabalho, grave um vídeo. Serão avaliados nas duas disciplinas com o mesmo vídeo, que deverá ser publicado no nosso grupo do facebook até o dia 10/04.

BOM TRABALHO!